Etiquetas

domingo, 18 de dezembro de 2011

Rosa Vermelha

Querida rosa, escrevo-te esta carta porque não me consigo aproximar de ti, pois os teus espinhos são mais afiados que a espada de um guerreiro bárbaro. Sinto que me afastas pois os eles são a tua única protecção e se eu me aproximar de ti corres o risco de perder as tua pureza contra o desejo de eu te querer só para mim.

Não me temas que essas tuas pétalas que eu desejo, não as quero estragar. Longe de mim destruir tamanha beleza, algo que eu prezo mais do que a própria vida. Quero apenas trazer-te uma nova cor, pareces-me demasiado pálida e isso não costuma ser sinal de saúde.

Portanto deixa-me levar-te para onde eu tiver de ir, onde eu tiver de lutar, e não temas a chuva que cairá sobre ti, porque trará uma cor especial e única, tornando-te a mais bela de todas as rosas...


Do teu admirador numero um: M.C.


domingo, 11 de dezembro de 2011

Três Tempos


Apaixonei-me por ti ontem, não pude deixar de reparar nos teus olhos expressivos, no teus sorriso encantador, nos teus cabelos brilhantes, no teu rosto jovem, no teu coração mágico, na tua força de vontade sobrenatural. Não és perfeita, e eu amo-te assim, és alguém que eu jamais esquecerei apesar de me dizerem para o fazer.

Chova ou faça Sol, beija-me. Beija-me como se nunca mais te pudesse voltar a ver, o que é realidade, pois tu jamais voltarás para mim, só no meu pensamento.

Amei-te ontem.


Apaixonei-me por ti hoje, não consigo avançar na vida sem estares ao meu lado. Abraço-te e beijo-te como quem não quer que partas, porque nunca se sabe o que pode acontecer, portanto neste momento só quero estar contigo.

Chova ou faça Sol, beija-me. Beija-me porque este momento só dura agora, e só agora é que este momento me fará mais feliz.

Amo-te hoje.


Apaixonei-me por ti amanhã, sim, amanhã. Como é possível? Não me perguntes, nem eu sei responder. Apenas sei que penso em ti todos os dias mesmo que ainda não tenhas chegado, sonho com o nosso casamento apesar de não saber quem és, mas sei que um dia vais chegar, e vai ser tudo perfeito.

Seja debaixo da chuva ou da luz do Sol, beijar-te-ei, Beijar-te-ei como beijei ontem, como beijei hoje, e mesmo que não sejam os mesmos momentos, os mesmos instantes, as mesmas pessoas, eu amar-te-ei como amei e como amo, porque o amor é divino e ele dura os três tempos...

Amar-te-ei amanhã.


És tudo, foste tudo, e serás tudo, mesmo que agora não saiba quem és, procuro-te. E mesmo que não possa saber o futuro, posso sonhá-lo, e posso construí-lo.

Passo a passo, serás a minha vida, para todo o sempre.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um dia.

Abro os olhos e estou numa rua que nunca vi na minha vida e está tudo escuro por ser de noite, havendo apenas pequenos círculos de luz no chão. Senti o meu corpo a movimentar-se em direcção a uma casa, caminhando apressadamente, mas eu nem sequer o estava a controlar. Surpreso, toquei á campainha e rapidamente uma rapariga linda, de cabelos lisos castanhos com dois "tótós" de cada lado, olhos azuis, lábios carnudos e um rosto com algumas sardas com as bochechas fofas abriu-me a porta fazendo-me um sorriso que nunca esquecerei.

Entrei na casa e reparei que ela estava com os pais, que agiam como se eu não estivesse ali, e estavam mais duas amigas com ela. Uma era alta, esbelta, com cabelos loiros ondulados, e olhos verdes penetrantes, parecia que me lia o coração sem qualquer esforço. A outra era forte, usava óculos, que tapavam os seus olhos cor de avelã, e também tinha cabelo ondulado mas era castanho.

Ambas as raparigas falavam comigo e eu com elas, mas quando se tratava de falar com a rapariga dos tótós, era diferente, apaixonante...
Trocava-mos sorrisos sensuais, piropos, elogios que eram sempre seguidos por comentários arrogantes, como quem diz "Tu queres mas eu não", apesar do fogo intenso da paixão já ter consumido a nossa existência. O nosso destino já estava traçado, mas por mais que nós quiséssemos avançar, nós não saíamos daquela dança. Era um prazer imenso, era um sentimento forte, e ambos queríamos soltar o nosso amor e beijar-mo-nos com toda a paixão acumulada no nosso corpo. De repente uma das amigas dela disse "vocês vão se beijar...", e nós tentámos negar, mas acabámos por o fazer, de tal maneira que parecia que não havia um amanhã, que aquele momento não podia acabar.

Depois de pararmos, os pais dela, que até ao momento não se tinham pronunciado, começaram a correr atrás de mim, e eu fugi, corri rapidamente para fora daquela casa e dei a volta aos prédios vizinhos.

Ao chegar á parte de trás do prédio dela, subi um poste que lá estava e ela veio ver-me á varanda. Continuamos a trocar os mesmos olhares sedutores, os mesmo elogios e comentários arrogantes, e continuámos a brincar com o perigo de ser apanhados pelos pais dela.

"Não vamos nunca parar de ser assim, que por mais que o fogo se acalme, faremos de tudo para que ele volte a arder com a intensidade de uma estrela."

Ela acenou positivamente com a cabeça e voltou a beijar-me...

Depois desse beijo, acordei, acordei na minha cama, sozinho. Foi tudo um sonho, mas não só um sonho comum, uma premonição do meu futuro, da minha eterna relação com a minha esposa, que uma dia entrará na minha vida, ou se calhar já entrou...

Este sou eu, eterno sonhador, escravo da paixão, amante da sedução, atraído como uma traça pelo fogo que consome os corações de dois amantes.

Se eu não tiver isto, viver não me terá gosto.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Aquele momento

Aquele momento que nos tocamos, que sorrimos e desligamos as luzes.
Aquele momento que nos beijamos, que o mundo á nossa volta desaparece e apenas o amor existe.
Aquele momento em que nos conectamos, que somos um só, unicos e perfeitos.
Aquele momento que não esqueceremos...

Vi-te a descer aquelas escadas, meu Deus o quão angelical estavas... Acelerei o passo, não aguentei esperar meros segundos pelo teu abraço caloroso. Mal o teu peito encostou-se ao meu e os nossos lábios se encontraram, o teu cheiro divino despertou todos os meus sentidos, todos eles diziam o teu nome.

Quando a noite chegou, fomos para perto do rio, e começamos a dançar ao som do vento, com a luz da lua a iluminar os nossos passos. De repente começaste a tremer com frio, e como se a noite não fosse romântica o suficiente, eu comecei a fazer o movimento de quem está a tentar apanhar algo.

- Que tentas tu apanhar?

Perguntas-te curiosa, pois eu parecia um parvinho completo.

- Estou a tentar apanhar uma estrela para te dar! Assim o calor dela aquece-te logo.

Tu soltaste um sorriso e agarraste na minha mão, desviando-a e fazendo-a ir contra o meu peito.

- Pronto, está aqui a estrela que me aquece.

Aquele momento... Aquele momento que me fez amar-te até ao fim dos tempos, aquele momento que me fez respirar melhor, que me fez ver rosas onde só há ervas daninhas, aquele momento que me fez ver o Sol a brilhar fortemente quando o céu está completamente coberto por nuvens negras.

- Casa comigo.

Desejei eu na minha mente, mesmo não tendo coragem de o pedir na realidade. Subitamente acenaste com a cabeça como quem percebeu o que eu pensei, e apesar de assustado, senti que era o sinal que eu precisava para avançar.

- Apesar de não te lembrares agora, pois sofreste um acidente e tens amnésia, eu quis dizer-te isto porque é demasiado importante para ti, mesmo que quem sejas tenha desaparecido, temporariamente ou não, continuas a ser a mulher que eu amo.

Ao levantar-me, tirei o casaco do cabide, vesti-o e olhei para ti. Deslizei a minha mão pelo teu rosto, confuso por não compreender o que se passava, e pensei para mim mesmo "Volta para mim, volta para nós. Casa comigo."

E tu acenaste com a cabeça...




Esperança.

domingo, 20 de novembro de 2011

Luz da Esperança




Subindo o monte que não tem fim, o símbolo da minha fé em mim...

musica ambiente: http://www.youtube.com/watch?v=nrYpOPLh3dc&fmt=18

Mas com quem brinco eu? Não sinto qualquer esperança no futuro, apenas vejo tudo escuro, tudo á espera de ser descoberto. Faz sentido não faz? Caminhamos a nossa vida inteira á procura de respostas para descobrir-mos o que nos espera depois de cada porta. Infância, adolescência, idade adulta... e finalmente chegar-mos ao cume, onde nos chama de idosos e experientes, mas no entanto olhamos para a nossa volta e é tudo um mistério...
"Como funcionam este computadores? Que é a internet? Hoje em dia podemos ler livros nestas geringonças?"
Toda a nossa vida aprendemos, mas parece nunca ser o suficiente, apenas satisfazendo pequenas porções do tempo que nos encontramos, mas no amanhã aquilo que aprendemos ontem mais cedo nos leva para mais escuridão. Mas algo que aprendi que nunca me deixou, é a esperança.

Luz da esperança, algo usado em todos os filmes, séries, livros, contos, textos, e o mundo em geral. Aquela escuridão do futuro tem sempre um ponto brilhante que todos nós apontamos, que todos nós cobiçamos e para lá caminhamos.
Mas sabem que mais? Essa luz parece nunca chegar perto de nós, continuando do mesmo tamanho por mais que nós corramos atrás dela, nunca deixando de brilhar, mas nunca intensificando a sua luz.

Mas porquê? Eu digo-vos o porquê, estupidez! A idiotice de acreditar-mos que um dia é tarde demais, que um dia já nada fará sentido, e que o hoje é tudo, e o amanhã pode trazer o fim abrupto que todos nós tememos, a morte.

Eu já amei ontem, amo hoje, e amarei amanhã. Eu fui uma criança ontem, hoje sou um jovem adolescente, e amanhã serei um adulto, mas em todos estes tempos eu serei um individuo único e que jámais pode ser copiado. Podem imitar o que digo, ter o meu corpo, e tentar pensar o que penso, mas jamais poderão voltar atrás e mudar o que senti, mudar o que sentiram na minha presença, jamais poderão ser o que eu serei, porque todo o individuo segue o seu caminho, e nunca esse caminho é perfeitamente igual a de outra pessoa.

Essa é a luz da esperança, a esperança que temos de tudo melhorar, mas quem não acredita em si, quem não bate as suas asas e voa em direcção ao sol, nunca descobre o quanto quente ele é, nunca descobre que no fisico o impossivel é uma lei, mas na mente o impossivel é apenas uma crença, e como todas as outras pode ser eliminada.

Essa é a luz da esperança, de um dia ganhar-mos o poder de nos controlar, de mover montanhas e caminhar nas nuvéns, com tudo que desejamos, com tudo por que lutámos, e nada nos irá parar porque nós sempre acreditamos.

Sim Andreia Cavaleiro, talvez não seja a poesia que querias que eu escrevesse, mas neste momento não quero escrever palavras bonitas que encantam os olhos, quero sim escrever palavras verdadeiras que te satisfaçam a mente, que te alimentem a força, que te façam acreditar na luz da esperança que tu me falaste.

Abre as asas e voa, mesmo que o mundo real te enfie todas as impossibilidades, vomita na cara dele, porque muitos disseram que o homem estava preso á Terra e que o céu era para os deuses, e nós chegamos á lua e já descobrimos que somos apenas grãos de areia num universo vasto e infinito.

Esta é a luz da esperança. Uns chamam-lhe religião, outros chamam sorte, mas eu, eu chamo-lhe evolução, a habilidade de aprender-mos com tudo, tornarmo-nos algo melhor, largarmos a Terra, e partirmos para o infinito que nos espera por aí.

"If you always put limit on everything you do, physical or anything else. It will spread into your work and into your life. There are no limits. There are only plateaus, and you must not stay there, you must go beyond them." - Bruce Lee

Espero que gostes.

sábado, 19 de novembro de 2011

How long must I wait for a weekend in colors?




Day 1 - Monochrome


musica ambiente - http://www.youtube.com/watch?v=Dqq3dxRWTXM&fmt=18


Acordei com um fio brilhante do sol a iluminar-me o rosto, achei adorável, como o toque de uma criança no seu pai. Vesti-me mas não sabia para onde ir, cansado e vazio por dentro, o meu corpo era apenas uma casca procurando uma alma para o preencher.

Sem razão qualquer, abri a porta do meu armário e decidi entrar dentro dele, e ao fechar a porta, a escuridão preencheu todos os milímetros da minha existência.


Não sei como é que isto aconteceu, mas em vez de estar dentro do meu armário, deparei comigo algures num mundo feito de pedra, completamente paralisado. A agua não fluía, o vento não soprava, as folhas não caiam, a noite não se dissipava. Querendo acordar deste maldito pesadelo que atormentava a minha pessoa, corri o mais rápido que pude em todas as direcção possíveis, mas não parecia sair do mesmo sitio, da mesma planície, da mesma montanha, do mesmo oceano, da mesma paisagem, do mesmo medo, da mesma magoa. Não havia sitio para mim, não havia para onde fugir, não havia como regressar, então deitei-me. Deitei-me para ver se adormecia e depois acordava na minha cama, deitei-me para sentir o frio do chão para me fazer acordar daquele pesadelo, mas no final deitei-me para ver se não voltava a sentir mais nada e desaparecia...


Imaginem uma floresta onde o vento não sopra, não se ouve um único som, não se vê um único movimento.

Imaginem um oceano onde a agua não se mexe, as ondas são como rochas, as gotas são como cristais.

Imaginem um deserto onde andar na areia é como alcatrão, o sol é como uma fotografia.

Imaginem uma montanha onde as pedras não caem, levitam como asteróides no espaço.

Imaginem o vosso coração, que não consegue sentir nada, que não é afectado por nada, que está lá mas nem existe...


Continuarei neste mundo á procura de uma saída... se houver uma, ou se chegar sequer a levantar-me...



Day 2 - Missing You


musica ambiente - http://www.youtube.com/watch?v=Dqq3dxRWTXM&fmt=18


Á medida que vou andando, sinto-me ainda deitado. Será que é um sonho? Será que ainda estou deitado na cama? ou deitado na pedra, nem fria nem quente? Este mundo será uma farsa? Ou estarei eu apenas num mundo escuro e demente?


Enquanto caminho na escuridão mergulhada na luz, pergunto-me se existirá uma saída, ou a saída será o tempo.


Continuei a andar, e deparei-me com um corpo no chão, ao olhar para o seu rosto percebi que era o meu próprio corpo. Estou fora dele a vaguear procurando uma saída? Ou também é uma ilusão? Por o tempo estar parado eu nunca saí daqui? Ou o tempo é ficção e a minha existência uma mentira?


Reparei que debaixo do meu corpo está uma carta...


"

Onde estás tu? Não te vejo, não te mostras.

Só existem nuvens por onde passo, o sol é uma ilusão e o calor uma mentira, não sei que vida existe nesta terra de perpetua solidão, mas que

no entanto eu estou vivo aqui estou.

Onde estás tu? Não te oiço, não te encontro.

Se um sorriso fosse uma porta, a meu estaria trancado, se o teu toque fosse a saída deste mundo, então estaria condenado a viver aqui para sempre.

Onde estás tu? Não te cheiro, não te respiro.

O tempo aqui não passa, as cores não existem, a chuva não molha e o fogo não queima. Desapareceste depois de estares tão próxima, foi como ter uma estrela na mão e depois esta se apagar. Não brilha, não vivo.

Onde estás tu? Não te sinto, e não te minto... quando te digo que sinto a tua falta... mas em lado nenhum pareces estar..."


A carta está bem legível, excepto o destinatário...


"Espero que recebas esta carta A..a, e te lembres que esperarei por ti o tempo que for preciso..."


Para quem será? Porquê que me sinto deitado depois de andar quilómetros?


Será isto um sonho... um pesadelo... o futuro... ou apenas a realidade?





Day 3 - Page of Memories


Musica Ambiente - http://www.youtube.com/watch?v=DpmtzFqcwD8&fmt=18


Onde estou? Será que este mundo monocromático é um pesadelo desolante, um sonho mal intrepertado, ou um quadro que nunca acabei, uma realidade que nunca teve direito a cores? Pergunto-me a mim mesmo, se alguma vez encontrarei o sorriso que tive, quando acreditava no melhor de tudo, no melhor do mundo... Nesses pensamentos abstraio-me do que está á minha volta, e foi então que tropecei numa pedra desde mundo monocromático triste e vazio, caindo no chão.


Sem vontade para me levantar, reparo que estou exactamente no sitio onde isto tudo começou... Afinal nada mais aconteceu, eu fiquei mesmo no chão, o levantar-me não foi real...


Notei que à minha frente estava uma folha, estiquei o braço para a apanhar e começo a ler.


"Todos os dias que passámos, os abraços, os sorrisos, os momentos... Todas as lutas que já tivemos, por ti e contra ti, todas as discussões e todos os pedidos de desculpa... Sem ti não vivo mas contigo não consigo viver, preciso de encontrar harmonia contigo mas parece que isso é só um sonho...

Tenho saudades tuas C..."


A ultima palavra está esborratada, mas não faz mal, as lágrimas caem-me como se estas palavras fossem facas aguçadas cravadas no meu peito. Apercebi-me que esta folha é uma página, uma página do meu Livro de Desabafos, que sempre guardei com carinho e usei nos momentos de solidão. Não é como um melhor amigo, mas dá um óptimo "ouvinte", e que um dia lerei isto e sentirei as palavras para me relembrar do que perdi, do que senti, do que sonhei, do que vivi.


Encostei a página no meu peito, estando ela um pouco manchada com as minhas lágrimas, e subitamente sinto um calor imenso dentro de mim. Ao olhar para a página, vejo que está completamente em branco, estando apenas as manchas das minhas lágrimas, que formam o desenho de um coração...



Day 4 - Everything I have not done...


musica ambiente - http://www.youtube.com/watch?v=Dqq3dxRWTXM&fmt=18


Existem 5 "eus" neste mundo, cada um vagueia por Norte, Sul, Este e Oeste, e o ultimo fica no centro, deitado e adormecido. Qual o real? eu não sei. Talvez sejam todos, talvez apenas um, ou nenhum mesmo...


Cada pergunta sem resposta, cada futuro que é apenas um "se", aquilo que nunca fiz, aquilo que nunca disse, tudo se torna uma realidade na mente, mas nenhuma realidade fisica em si, pois essa é apenas o resultado de tudo.


Este mundo monocromático começa a ser enjoativo, a falta de cores, a falta de pessoas, a falta de sentido, a falta de destino... Não sei o que é suposto encontrar no meio de tanto vazio, se é que existe algo para encontrar.


Nisto todos os "eus" que vivem neste mundo encontram-se, e olhando uns par aos outros, dão as mão e formam um circulo á volta do corpo deitado. Nisto aparece escrito no céu...


"Segui-te por todos os caminhos, mesmo aqueles que tu não sabias como caminhar, acabando a cair por um abismo que só me traria mais uma ferida, uma cicatriz, uma história que me faria mover mais lentamente para o meu destino...


Por isso quero tornar-me tua amiga e não tua seguidora, quero tornar-me tua companheira e não tua criada, quero tornar-me a tua parceira para que nunca sofras"


Essas palavras, lembram-me a M... que eu ignorei quando ela queria o meu bem... e ao seguir o meu coração... acabei por me perder... por a perder...


Nesse momento, tudo brilhou, as cores voltaram ao seu lugar, o tempo recomeçou, o vento deslizou pela minha face, a agua caía lentamente das folhas... nada mais era doloroso... todas as respostas vieram a correr para a minha mente...


Tudo que eu li... Tudo que eu disse... Tudo o que eu fiz... Tudo o que senti...


Cada "eu" entrou no meu corpo, senti a força de novo a correr-me pelos musculos, levanteime, e derepente apareceram imensas portas brancas, frias, e eu perguntei-me se alguma delas seria a saída. Daí o conjunto de A..., C... e M..., com tudo que viveram, com tudo que me deram, mostraram-me a porta verdadeira...


Ao tocar-lhe, ela ficou laranja, ao abri-la, ouvi "...R..." na minha cabeça. O meu corpo foi envolvido num calor aconchegante e uma luz guiou-me para um local familiar...


O meu quarto...




Day 5 - This ending... Is a new beginning.


Musica Ambiente - http://www.youtube.com/watch?v=B2D8OpcEey4&fmt=18


Abro os olhos e deparo-me no meu quarto, deitado na minha cama e o tempo não passou desde que entrei naquele mundo, mas no entanto agora estava tudo a preto e branco aqui. "Porquê?", pensei eu visto que quando saí do outro mundo, as cores tinham voltado. Observei tudo á minha volta e reparei que na porta do quarto estavam as letras mistério que apareceram durante aquele "sonho", mas a porta não abria. Pensei em cada momento da minha vida, talvez a resposta me deixa-se abrir a porta para eu poder sair, e percebi que cada letra que me deparei era o inicio de algo bastante importante para mim...


A... Alma

C... Coração

M... Mente


Perdi o controlo sobre estes todos, não sabia o que fazer e confiava só num em vez de confiar nos 3, pois todos eles fazem parte de mim, e só eu sei o que é melhor para mim, só eu sei o que me faz sorrir, o que me faz viver, o que me dá a vontade precisa para lutar por tudo, tudo que me é mais importante neste universo...


Não sei onde estive... seria um sonho? Seria um pesadelo? Será que bati com a cabeça e tive uma alucinação? Ou foi alguma força misteriosa que me mandou para aquele lugar? Não sei a resposta a essa pergunta, mas sei que lá descobri várias respostas para a minha vida, que me completaram, que me mostraram uma saída do preto e branco, do tempo parado, do frio e da dor...


Saí de casa e fui contemplar o céu, talvez estivesse ainda naquele lugar e ele poderia dar-me uma pista. Cheguei ao pé de um rio e fiquei a observar as nuvens, até que senti um abraço quente. Olhei para trás e vi um corpo, mas não tinha rosto, apenas tinha um R no lugar dela...


R...


Eu lembro-me desta letra! Ouvi-a quando abri a porta que me trouxe de volta para este mundo...


R...


Não me sairam palavras enquanto sentia o abraço, não tinha mesmo vontade de falar, apenas de sentir, e foi a experiência mais satisfatória da minha vida. Mas eis que derepente apareceu-me um pedaço de papel na mão, e eu comecei a escrever, como se eu fosse uma máquina já programada...


"

quando somos so tu e eu, ficamos livres e só sorrimos,

discutimos e reatamos num espaço de segundos, beijamo-nos, choramos de saudade, somos só nós e nada mais nos nos cansa, nos destroi, nos separa... É poder olhar para a nossa foto e sentir o teu toque, é poder olhar para o céu com a tua cabeça no meu peito, é estar sentado a comer e alimentar pequenos casais de pássaros, é fazer besteiras sem nos preocuparmos com as nossas figuras, é demorar eternidades só para escolher coisas simples, andar em locais engraçados para ajudar quem precisa de nós, é passarmos a noite em locais desagradáveis porque queremos estar um com o outro..."


Nisto, lágrimas começam a cair do meu rosto...


"É visitares o sitio onde vivo para aprenderes a minha história e compreenderes como sou, é sorrir sem saber porquê, é chorar porque sem ti nada mais importa, é desejar que tudo desapareça e só fiques tu, é fartar-me de existir porque não existes ao meu lado, é ficar super contente por poder partilhar os meus sonhos contigo e poderes ajudar-me a realiza-los, é beijarte os labios e sentir-me o homem mais feliz do mundo, é sentir o teu toque e desejar que o tempo pare eternamente, é ver o teu sorriso e acreditar que sou a melhor pessoa do universo, é desejar em cada fôlego, ficar contigo para todo o infinito..."


Depois de acabar de escrever isto, o corpo limpou-me as lágrimas com os seus dedos suaves, soltei um sorriso e virei-me, dando-lhe o pedaço de papel com as minhas palavras.


"Toma R... ou deverei dizer...



... Minha Realidade."


Neste momento o R da face dela desapareceu, e apareceu a face da pessoa que mais amava neste planeta. Nesse momento a chuva começou a cair, e cada gota parecia a luz de um pirilampo, mas frias como o gelo. Ela sorriu para mim e abriu um chapeu de chuva, que para meu espanto era encarnado, protegendo-nos das gotas frias e deixando-nos a observar aquele espectáculo. Do nada, o céu ficou azul e lentamente tudo á minha volta ganhou cor, incluindo ela...


Acabou-se o pesadelo agoniante, o sonho revelador, as perguntas estranhas e a procura exaustiva de respostas. Agora apenas havia aquele momento, perfeito, e só havia uma maneira de o selar para sempre na minha existência...


...com um beijo...



...Fim...

domingo, 16 de outubro de 2011

Um momento, uma vida, uma história, um amor

Relembro o amanhã como quem se lembra do ontem, vivendo-o repetidamente no meu coração sem ter direito a um botão de pausa ou stop.

A chuva que cai dos céus e rasga a minha pele como lâminas, faz-me sentr a vida duma maneira diferente dos outros.


És tu que amo num sonho interminável, criado pela minha mente louca que te persegue como um leão atrás da sua presa.

O amor que neste momento é como ouro para os meus olhos, torna-se combustível para a minha alma, e nunca vou parar de correr... atrás de ti...


Não, não oiças tal musica triste que te assassina a motivação, prendendo a acção, e deixando o amanhã num tom cinzento que demonstra o descontentamento de viver na ausência do teu ser.


Eu sei, as flores só desabrocham em determinada altura, mas quem te disse a ti que não está na hora? Estou cansado de acordar debaixo da árvore do conhecimento e não haver sequer a esperança do fruto que me abrirá os olhos para a vida de pecado ao teu lado.


Depois de tudo só sei que chorei durante anos, décadas, séculos, esperando um beijo ou toque, na cara ou no peito, que me acordasse para um mundo cheio de cores e formas diferentes que soletrariam o teu nome nas nuvéns amarelas, nos rios verdes, e nos montes cor-de-laranja.


Não direi adeus, mas sim até ontem, ou até amanhã, dependendo do tempo onde estarás, porque aí é onde quero estar. E se for impossivel, eu o tornarei possivel ao pegar no ponteiro do relógio e força-lo a voltar atrás para poder sorrir ao mesmo tempo que tu...


... Pois esse sorriso é o tempo infinito dentro de mim, e não importa quem és e quando foste, desde que sejas tu e nada mais.


De mim para ti amor, tu que és o sentimento que predomina no meu sangue, porque sempre que adormeces eu fico com vontade de o verter no chão a fim de regar as sementes de árvores que me dêm sombra para eu poder dormir eternamente.



Assinado: O sonhador do jardim secreto.

Carta para o Tempo

Diz-me tempo, porque me deixaste assim sozinho?Estou triste, pois quando converso contigo sinto-me bem e mal, pois num momento és uma visão do destino, e noutro és a visão duma história.Tempo que te aconteceu? Estás cansado? Eu compreendo. Isto de avançar constantemente, preocupando eternamente as almas de todos que aqui vivem, pois querem saber se os seus caminhos são para a felicidade ou apenas para o esquecimento.Tempo diz-me tu se mereço um abraço, daqueles em que sinto tudo parado para que possa ter passado e futuro a acariciar-me a face ou brincar com os meus cabelos, assim as minhas preocupações esfumaçam e ao nada retornam.


Tempo, e se eu te dissesse que tenho saudades tuas? Quando te esqueceste de mim e adormeceste, não consegui avançar para lado nenhum, como se todos os caminhos para o amanhã me enviassem para o ontem já vivido, e isso não é algo que eu sonhe.


Tempo, és-me tudo, casa-te comigo e ensina-me aquela doce canção que sempre me cantaste quando eu chorava, aquele cuja letra era algo assim:"Olha para o ontem, ele foi bonito e também foi feio, cada arrependimento uma lição, cada lição um passo em frente.Olha para o hoje, avança com cuidado e lembra-te que o que já foi poderá vir a ser de novo se continuares a fazer sempre o mesmo.Olha para o amanhã, ele quer ser o bom do teu ontem, e o melhor do teu hoje. Ele quer ser tudo que tu queres que ele seja, e bem mais, como que um amante perfeito que só existem nos contos de fadas."Tempo, volta para mim...


Assinado: Aquele que já não é

P.S - Fizeste-me lembrar que sem ti, a noite e o dia já nada importam...

Terror da Noite - Parte 3

Finalmente as aulas terminaram, estava cansado de fingir que me interessava pelo que os "profs" diziam. Desde que a minha mãe desapareceu, nunca mais senti vontade de me focar nos estudos porque nem sequer sei o que quero para o meu futuro. Quem sabe um dia alguma coisa me chame a atenção e me tire do pesadelo que vivo todos os dias, mas não tenho muita esperança.

Depois de soar o toque da campainha da escola, arrumei as minhas coisas e saí da sala em direcção ao portão da escola para esperar pelo meu pai. Ao chegar lá, deparei-me com a Laura, que estava sentada no passeio sozinha a chorar. Aproximei-me cuidadosamente e sentei-me ao lado dela, puxando toda a coragem do meu ser para perguntar-lhe o que se passava.

- Olá L... L... Laura...

Ela não se mexeu, como se nem me tivesse ouvido. Também com aquela demonstração rasca de coragem, como raio queria eu que ela notasse a minha presença?

Nesse preciso momento lembrei-me de algo que o meu pai tinha dito a mim e ao meu irmão quando nós tivemos uma discussão há uns anos.

- Eu sou mais importante Thomas!

Disse-lhe furioso.

- Não! Eu é que sou!

Gritou o Thomas, que depois me empurrou com tanta força que acabei por cair.

- Filhos! Que se passa?

Perguntou o pai, que estava a passar por ali, ajudando-me a levantar.

- Pai, queremos saber quem é mais importante para a mãe!

O meu pai ao ouvir estas palavras da minha boca, mudou a sua expressão de preocupação para um sorriso gentil, e dsse-nos palavras que ficaram no meu coração para sempre.

- Meus queridos, vocês são ambos igualmente importantes para a vossa mãe, como peças de um puzzle. Mesmo que esteja lá um de vocês, ela não consegue ver a imagem completa sem o outro.
Por isso, vocês têm de ser unidos para a ajudar a ver a imagem mais linda que ela podia visualizar.

- E que imagem é essa papá?

Perguntou o meu irmão, muito curioso.

- É a imagem de uma familia no campo, todos encostados a uma árvore abraçados com uns a sorrir e outros a rir, felizes por estarem todos juntos.

Eu fiquei espantado com aquelas palavras. Não tomava o meu pai por um homem "sábio", esperava que ele apenas dissesse que somos os dois importantes e nos despachasse.

- E já agora, a árvore também tem um significado. É onde nós nos apoiamos quando ficamos sem forças, e se o sol brilhar com muita intensidade, encostamo-nos e descansa-mos na sua sombra, fresquinhos.

Tanto eu como o meu irmão ficámos maravilhados com aquela metáfora, parecia um conto de fadas.

- Mesmo que tudo esteja péssimo na nossa vida, vocês têm de ser fortes e mostrar essa força para que a vossa mãe saiba que pode descansar.

Nesse dia, eu e ele jurámos proteger a nossa mãe e nunca mais discutir sobre a nossa familia, porque afinal, nós tinhamos de estar sempre unidos para a proteger.

Ao contemplar essas palavras, larguei o meu medo e abracei a Laura. Talvez tivesse sido uma ideia um pouco "radical", e devido á história dela, também um pouco suicida.

- Que... Que estás a fazer?

Perguntou a Laura com uma cara muito surpresa.

- Sei que tu e eu nunca nos demos bem, mas não gosto de ver ninguem a chorar. Sempre que a minha mãe choráva eu abraçava-a, sendo eu a "árvore" que a protegia da luz intensa do sol, e oferecendo-lhe um encosto para ela descansar.

Aí quem ficou surpreso fui eu, porque ela soltou um pequeno sorriso, e abraçou-me também encostando a cara no meu peito, chorando com todas as suas forças.

Pelos vistos mais uma vez o pai dela voltou a bater na mulher,que mais uma vez voltou a ir para o hospital, e mais uma vez decidiu separar-se dele, só que mais uma vez ele pediu desculpas e chorou "lágrimas de crocodilo", acabando mais uma vez com ela a perdoar o acto idiota do marido.

Pobre Laura, pelos vistos hoje foi o ultimo dia que ser uma rufia lhe ofereceu um "encosto", e caiu no chão cansada de tanto reprimir as emoções. Enfim, fiquei com ela durante uns trinta minutos, mas entrentanto o meu pai chegou e eu tive de me ir embora.

- Vais ficar bem Laura?

Eu tinha de o perguntar, sentia-me culpado por a deixar ali.

- Vou Mark, graças a ti sinto que consigo superar isto. Obrigada.

Eu sorri-lhe e entrei no carro, e á medida que este se afastava, o meu peito apertava devido a deixar a rapariga sozinha.

- Pai, pára o carro!

- Que foi filho?

O meu pai ficou bastante surpreendido com o pedido brusco que lhe fiz, e admito que também fiquei.

- Ela está a passar um mau bocado, e tu ensinaste-me a ser a "árvore" que suporta as pessoas.
O meu pai soltou um sorriso orgulhoso e parou o carro.

- Não precisas de dizer mais nada, já percebi.

Nisto ele começa a fazer marcha-á-trás. Depois de parar o carro eu abro a porta e vou ter com a Laura, que estava ainda a chorar.

- Olha, queres vir a minha casa? Posso não ter nada divertido para fazer, mas sempre é melhor
que ficares aqui no passeio á frente do portão da escola a chorar.

Ela levantou-se, deu-me um beijo na cara e dirigiu-se para o carro. Nem compreendi bem a cena do beijo, se foi um agradecimento, se foi um elogio, mas seja como for pelos vistos ela concordou. Entrámos ambos no carro e fomos para minha casa, parando apenas no supermercado para comprar algo para o jantar, até porque tinhamos pouca comida e há muito tempo que não temos uma convidada lá em casa, o que soube bem como uma lufada de ar fresco.

Terror da Noite - Parte 2

Durante a viagem de carro para a escola, imaginei como seria a vida se a minha mãe e o meu irmão ainda estivessem vivos, e seria algo assim...

- Mark, tens tudo na mala?

Perguntaria a minha mãe, preocupada por eu ás vezes ser esquecido.

- Sim mãe, tenho os livros, cadernos, estojo, caçadeira para matar o profe...

- Mark!

Antes que pudesse acabar aquela piada mórbida, ela iria concerteza interromper-me pois odiava aquele tipo de coisas.

- Estava a brincar mãe querida.

Era o que eu diria, com um sorriso cheio de afecto que me deixaria bastante enojado, mas que se lixe.

- Esse sorriso doce não te vai salvar sempre meu menino!

Ela dizia sempre isso, mas no entanto caía sempre na mesma "armadilha".

- Claro que não.

Mesmo dizendo isso eu só pensaria "Mark 100, Anita 0".

- Mãe, o Mark consegue sempre dar-te a volta.

- Isso é mentira Thomas!

O meu irmão comentaria o óbvio para ver se a minha mãe reagiria mas ela era bastante orgulhosa para admitir alguma coisa.

- Querida, lamento desiludir-te mas o Thomas tem razão, o Mark consegue mesmo dar-te a volta sempre que quer.

O meu pai tentaria "picá-la" também.

- Estão todos contra mim! Quero ver se fazem o mesmo quando deixar de cozinhar o vosso pequeno-almoço...

Acreditem que ela diria algo assim, ela sabia como nos controlar, apesar de agir como se fosse tontinha.

- NEM PENSES!

Gritariamos todos ao mesmo tempo, afinal os pequenos-almoços feitos pela minha mãe eram a unica coisa que valia a pena acordar, e nenhum de nós iria abdicar disso.

Todas os dias tinhamos momentos assim, um dia com o pai, outro dia com a mãe, e isso mantinha o nosso moral para o dia-a-dia, visto que a minha vida escolar era uma seca tremenda que eu não podia fugir. Era uma familia típica, com a mãe que se preocupava e cuidava de nós, o pai que trabalhava para nos sustentar e ensinava a ser responsáveis. o irmão mais velho que andava á bulha comigo mas que me adorava secretamente, e eu, o filho mais novo que os lembrava a todos o seu lado infantil e brincalhão. Depois do desaparecimento da minha mãe e do meu irmão, eu perdi o meu lado infantil e o meu pai a motivação, mas sempre foi forte e comprometido a educar-me e a ter esperança, mesmo que ele já a tivesse perdido.

Ao acordar da minha pequena fantasia, reparei que tinha acabado de chegar á escola. Ao olhar para a janela vi algo que me provocou um arrepio na espinha. Era o grupo de rufias que espancava e roubava quem quer que fosse por tudo e por nada, miudos descontrolados que precisam de apanhar uma bela sova e um castigo bem lixado para perceberem a dor que causam aos outros, mas não, não sou eu que lhes dou essa tareia, infelizmente para mim eu tenho demasiado medo deles para fazer alguma coisa, mas felizmente para eles, isso faz com que façam
o que quiserem comigo sem eu retaliar...

Saí do carro, receoso do meu encontro com eles, tentei passar despercebido mas não demorou muito até engolir um seco e ouvir algo que não queria mesmo nada ouvir.

- Então Mark, não cumprimentas os teus amigos?

Perguntou o rapaz com a voz grossa parecida com um grunhido de um gorila.

- Pois... Olá Duncan, tudo bem?

Duncan é o "membro menor" do grupo dos dois rufias da escola, sendo menor uma piada porque ele é um brutamontes alto, cabelo rapado castanho escuro e cara de quem sente prazer com o medo que causa ás pessoas. O outro membro é o lider do grupo, uma rapariga chamada Laura, de olhos verdes lindos, cabelos loiros lisos e longos, e um sorriso de prazer igual ao seu parceiro de "crime".

- Então e eu bonitão, não tenho direito?

"Bonitão", nunca percebi porquê que ela me chamava isso, seria para gozar comigo? Ou porque tinha um gosto especial por rapazes ruivos? Seja como for, era irritante porque a dúvida remoia a minha cabeça e deixava-me irritado, e aposto que esse é o plano dela.

- Olá Laura, tudo bem?

- Não bonitão, a minha mãe esquece-se de me fazer o almoço e quando chegar a hora eu vou ficar com fome, o que me deixa triste.

Ai ai, a técnica rasca do "sou uma rapariga indefesa com um problema", que nem seria mau se ela não estivesse a mentir e isto não fosse um "assalto".

- Bem, eu hoje trouxe uma tosta mista extra portanto posso ajudar-te com o teu problema.

Pudera, se eu dissesse que não tinha nada para comer o Duncan revistava-me, se eu dissesse que não podia dar a tosta o Duncan roubava-ma portanto estava de "mãos atadas" nesta situação.

- Obrigada bonitão, ainda bem que posso contar contigo, és o meu principe encantado!

- Sempre ás ordens...

A minha sorte é que sou esperto e trago sempre comida extra porcausa destes dois, senão passava fome como montes dos miudos que são vitimas deles.

Depois deste momento triste da minha vida, tocou a campainha da escola e eles foram-se embora para as suas aulas, que para minha sorte não eram comigo. Comecei a caminhar em direcção ao edifício principal pra ir buscar o meu uniforme. O edificio tinha forma de igreja e tem uma história macabra, que provavelmente vocês não querem saber mas eu conto na mesma. (Aposto que já estão fartos que eu faça isto, mas como eu não quero saber disso, paciência. E também, se não contar estas coisas vocês não podem puxar da imaginação ou abusam dela, e depois se fizerem um filme sobre a minha história, posso acabar a estudar numa escola que parece uma nave espacial, o que seria uma treta... Pronto, talvez até fosse fixe... Está bem, está bem! Seria espectacular!)

À 50 anos atrás, um homem chamado Leonard construiu uma igreja porque tinha medo de Deus e não queria enfrentar a ira Dele quando morresse, então pensou que essa construção era uma boa oferta e amostra da sua devoção. A igreja foi frequentada pela aldeia toda até que um dia Leonard, completamente louco, provoca um incêndio e a igreja arde completamente. Ao perguntarem a razão que levou Leonard a agir daquela maneira, ele respondeu que tinha demasiado medo de Deus e que não queria passar a eternidade no seu reino, preferindo um bilhete de ida para o Inferno. A igreja ficou abandonada durante 35 anos até um homem chamado Olin ter comprado o edificio e transformou-o numa escola, a escola secundária de Saint Venestrus, o santo que dizem nos proteger do "medo que a todos nos atormenta e conduz ao desespero".

Terror da Noite - Parte 1

Um raio de sol trespaça a minha janela e atinge o meu rosto pálido, devido á noite mal passada por não ter conseguido dormir práticamente nada.

- Raios...

Digo eu num tom desagradável ao ser acordado por uma luz que não convidei para o meu quarto.
Neste momento devem estar a perguntar-se quem sou eu, e mesmo que não estejam, apresento-me. O meu nome é Mark, sim Mark, um nome comum que não desperta interesse. Há dias que desejava que eu tivesse um nome diferente, como aqueles herois dos filmes, tipo Cyrus, Arthur, Geldarth. ou até Reuben. Tenho 15 anos de idade e estudo na escola de magia de... Oh. quem estou eu a enganar, estudo numa escola secundária ranhosa chamada Saint Venestrus.

Hoje por acaso apanharam-me num dia de treta, o primeiro dia do segundo periodo. É aquele dia que nos lembramos que já estamos mais ou menos integrados na escola, mas as férias deixaram-nos moles e sem vontade para voltar, afinal ainda estamos a meio do ano lectivo, e no meu caso, já estou farto disto tudo.

Devem ter reparado que não sou a pessoa mais alegre, mas tenho razões para isso, e vão descobrir o porquê daqui a...

... Cinco

... Quatro

... Três

... Dois

... Um

... e...

- MARK! SAI JÁ DA CAMA OU SENÃO CHEGAS TARDE!

Este grito ensurdecedor foi solto pelo meu "querido" pai, que me "ama" e me quer ver super "feliz". Ah sim, também sou muito sarcástico. A verdade é que o meu pai odeia que eu seja como sou, calmo, medricas, sem qualquer tipo de ambição a não ser sobreviver neste mundo estupido e cheio de macacos com a mania que são a "evolução". Ele gostaria que eu fosse como os rapazes populares da escola, sempre agarrado a raparigas, sociável e com dificuldades na vida para ele me ajudar, ocasionalmente levando-me para ir pescar com ele, coisa que eu detesto já agora.

- Já vou! Estou só a vestir-me!

Agarrei na primeira coisa que tinha á mão, a minha camisola preta favorita com um desenho de um coração vermelho quebrado em vários pedaços, sendo a minha mensagem ao mundo, "eu estou na fossa.", e ganho pontos porque esta camisola irrita profundamente o meu caro progenitor. Depois de vestir as calças e calçar os meus ténis, saí do meu quarto e desci as escadas em direcção á cozinha para ir ao encontro do momento desconfortável e embaraçoso a que as pessoas chamam "pequeno-almoço". Sentei-me na mesa e não demorou muito até ao meu velho espreitar por cima do jornal e dizer o seu comentário ofensivo a que eu chamo de "café para despertar".

- Parece que vais ao funeral de uma banda de rock, o caixão combina com os teus sapatos?

- Hahaha pai, as tuas piadas são tão deliciosas como este pão sem nada, é um sabor que não consigo descrever... talvez porque não saiba a nada.

Sim, talvez não tenha sido a resposta mais elaborada, mas tenho que admitir, o velho irrita-me profundamente, e só gostava de poder enfiar-lhe o pão na cara e ir-me embora sem que nada tivesse acontecido, mas a minha sorte nunca foi lá grande coisa.

Depois de acabar de comer o pão e beber o copo de leite morno que tinha á frente, levantei-me da mesa e saí de casa, esperando pelo meu pai ao pé do carro, visto que ele demora sempre um bom bocado porque ainda vai procurar as chaves, vestir o casaco, certificar-se que não deixou papeis importantes do trabalho no quarto e mais outras coisas que eu não me dou ao trabalho de mencionar porque são enfadonhas e nada importantes.

- Enfim, ele só me faz levantar cedo da cama porcausa disto...

Comento eu, irritado porque todos os dias é sempre a mesma coisa, e já farta, mas eu não moro exactamente perto da minha escola, mas sim no outro lado da cidade que é onde ficam as casas baratas para familias grandes. Neste momento pensaram "familias grandes? Mas é só ele e o pai!", e mesmo se não pensaram, eu explico. No ano passado, A caminho da feira de Malonia, que é a cidade onde vivo, um dos pneus do carros do meu pai furou e ficámos encalhados no meio da estrada, eu, ele, a minha mãe e o meu irmão mais velho. Enquanto esperávamos por alguem que nos ajudasse a mudar o pneu, pois o meu pai tem problemas nas costas e não pode fazer esforços, quanto mais agachado, e o meu irmão mais velho não era assim tão forte para ajudar, então esperámos que alguma alma caridosa parasse o seu carro e nos desse uma mãozinha, até porque estava um frio horrivel e eu queria ir para a feira. No entanto, ninguem apareceu, e continuámos á espera, e á espera... e á espera...

Até que acordámos...

Sim, acordámos, eu e o meu pai, na nossa casa, nas nossas camas, sem saber como chegámos lá nem o que aconteceu sequer. Ao levantar-me corri para o quarto dele e da miha mãe, mas só lá estava ele, acabado de acordar e com uma cara horrivel. Depois corremos ambos sem trocar uma palavra para o quarto do meu irmão e também não estáva lá, descemos as escadas e nem na cozinha, nem na sala se encontravam.

- Thomas? Anita? Onde estão?

Gritou o meu pai horrorizado quando começou a assimilara ideia que eles tinham desaparecido e começou a chorar desesperado. Continuamos á procura deles, dia e noite, questionando-nos sempre a nós mesmos o que teria acontecido, se estariam bem, se foram raptados, ou até se estariam vivos, mas nada, ninguem os viu, ninguem sabia deles. Eventualmente a polícia desistiu, as pessoas da cidade desistiram, e eventualmente tanto eu como o meu pai, desistimos. A partir daí, ele tem medo que eu seja como sou por estar sempre sozinho, e que desapareça como eles, e eu, tenho medo de desaparecer, ou que o meu pai desapareça, mesmo com os comentários ao pequeno-almoço e as criticas, ambos sabemos que só nos temos um ao outro, e que sem isso acabou-se, porque a esperança já não existe, e não conseguimos avançar.

- Ainda não acordaste ó escuridão da noite?

Diz o meu pai ao olhar para mim e reparar que "estou na lua", perdido nos meus pensamentos.

- Já senhor pontualidade, e demorei menos tempo a acordar que tu a preparar-te. para sair.

Trocei dele porque já estava a ficar preocupado com as horas.

Entrámos ambos no carro, ele dá a volta á chave e o motor faz o seu barulho distinto de carro velho que ainda funciona, mais por magia que outra coisa, e lá vamos nós rumo a mais um dia da nossa vida, nunca pensando ambos que este dia seria diferente dos outros seja de que maneira fosse.

Introdução

Bem vindos ao meu blog de escrita. Vou colocar aqui os meus textos, histórias e pensamentos para partilhar com vocês as viagens da minha imaginação, esperando que comentem e me ajudem a completar cada uma dessas viagens.

Muito agradecido pelo vosso tempo.