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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um dia.

Abro os olhos e estou numa rua que nunca vi na minha vida e está tudo escuro por ser de noite, havendo apenas pequenos círculos de luz no chão. Senti o meu corpo a movimentar-se em direcção a uma casa, caminhando apressadamente, mas eu nem sequer o estava a controlar. Surpreso, toquei á campainha e rapidamente uma rapariga linda, de cabelos lisos castanhos com dois "tótós" de cada lado, olhos azuis, lábios carnudos e um rosto com algumas sardas com as bochechas fofas abriu-me a porta fazendo-me um sorriso que nunca esquecerei.

Entrei na casa e reparei que ela estava com os pais, que agiam como se eu não estivesse ali, e estavam mais duas amigas com ela. Uma era alta, esbelta, com cabelos loiros ondulados, e olhos verdes penetrantes, parecia que me lia o coração sem qualquer esforço. A outra era forte, usava óculos, que tapavam os seus olhos cor de avelã, e também tinha cabelo ondulado mas era castanho.

Ambas as raparigas falavam comigo e eu com elas, mas quando se tratava de falar com a rapariga dos tótós, era diferente, apaixonante...
Trocava-mos sorrisos sensuais, piropos, elogios que eram sempre seguidos por comentários arrogantes, como quem diz "Tu queres mas eu não", apesar do fogo intenso da paixão já ter consumido a nossa existência. O nosso destino já estava traçado, mas por mais que nós quiséssemos avançar, nós não saíamos daquela dança. Era um prazer imenso, era um sentimento forte, e ambos queríamos soltar o nosso amor e beijar-mo-nos com toda a paixão acumulada no nosso corpo. De repente uma das amigas dela disse "vocês vão se beijar...", e nós tentámos negar, mas acabámos por o fazer, de tal maneira que parecia que não havia um amanhã, que aquele momento não podia acabar.

Depois de pararmos, os pais dela, que até ao momento não se tinham pronunciado, começaram a correr atrás de mim, e eu fugi, corri rapidamente para fora daquela casa e dei a volta aos prédios vizinhos.

Ao chegar á parte de trás do prédio dela, subi um poste que lá estava e ela veio ver-me á varanda. Continuamos a trocar os mesmos olhares sedutores, os mesmo elogios e comentários arrogantes, e continuámos a brincar com o perigo de ser apanhados pelos pais dela.

"Não vamos nunca parar de ser assim, que por mais que o fogo se acalme, faremos de tudo para que ele volte a arder com a intensidade de uma estrela."

Ela acenou positivamente com a cabeça e voltou a beijar-me...

Depois desse beijo, acordei, acordei na minha cama, sozinho. Foi tudo um sonho, mas não só um sonho comum, uma premonição do meu futuro, da minha eterna relação com a minha esposa, que uma dia entrará na minha vida, ou se calhar já entrou...

Este sou eu, eterno sonhador, escravo da paixão, amante da sedução, atraído como uma traça pelo fogo que consome os corações de dois amantes.

Se eu não tiver isto, viver não me terá gosto.

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